Definitivamente motoristas
de ônibus que circulam pela Zona Norte são profissionais com
características distintas. O motorista da Zona Norte trata o passageiro com soberba, como se o passageiro não fosse um igual. Ele esquece que moramos no mesmo bairro, no mesmo subúrbio e levamos a mesma nada mole
vida, retratada como um picadeiro pelas telenovelas e pelos programas de sábado
a tarde. Ele esquece que estamos passando pelo mesmo descaso.
Contudo, tanta
semelhança em nossas vidas, em vez deste fator nos aproximar, nos afasta. Tenho o sentimento de que o motorista da Zona Norte (boa parte deles, não vou generalizar) trata seus passageiros com ódio no olhar e amargura no
coração. Passaria o blog aqui dando exemplos, mas vou me ater ao de hoje.
Nesta terça-feira pela
manhã tive vontade de abordar o motorista da linha 952 que dirigia no sentido
Penha e que pilotava o ônibus de número 39630. Queria me solidarizar. Dizer a ele que estamos
no mesmo barco, que somos da mesma espécie. A espécie dos esquecidos pelo poder
público.
Paguei $3 dilmas pela
passagem e desse aumento o motorista não verá um centavo sequer. Mas que culpa
eu tenho? Pelo contrário. Penso que ele deveria se solidarizar com o meu bolso
e me tratar com respeito, com compaixão, pelo menos. Mas não.
O motorista da Zona Norte
dirigiu em alta velocidade, freou bruscamente, não desviou de buracos, não
informou aos passageiros da mudança de percurso e ainda prendeu o pé de um idoso
na porta de desembarque.
Motorista da Zona Norte,
por favor, não desconte em seus iguais uma fúria que não nos cabe. A conta de
tanto descaso nós dois já estamos pagando e é bem mais do que $3 dilmas.
*
por fim, fui abordá-lo sobre o ônibus não ter passado ao lado da estação do
metrô de Vicente de Carvalho, onde eu faria a baldeação de todo santo o dia
para ir ao trabalho. Disse-me ele: “agora não passa mais lá por causa das
obras, se quiser ir tem que descer lá na frente e pegar outro ônibus ou ir até
a Penha neste aqui mesmo, que é circular, e descer no metrô na volta”.
Apenas respondi: “motorista, são 9h50 e entro 10h30 no trabalho. Não
posso passear de ônibus. O senhor deveria ter alertado os passageiros sobre a
mudança do trajeto lá atrás, nós não somos obrigados a saber. É injusto com os passageiros”. Ele silenciou-se
e seguiu a viagem.
Sem palavras...é a generalização da estupidez humana!! Parece ate uma epidemia,não reconhecemo-nos como iguais.
ResponderExcluirPois é Adriana, temos o mesmo sentimento. Uma epidemia para qual parece não haver remédio.
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